segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Distribuição dos Transtornos de Personalidade


Quando o transtorno de personalidade começa e como ele se desenvolve são questões não respondidas, e pouco se tem estudado a respeito. Um estudo com 733 adolescentes durante dois anos mostrou que no início da adolescência os traços dos distúrbios de personalidade atingem o máximo, diminuem no meio e se aplainam no final da adolescência. Ainda não há estudos publicados que acompanhem o desenvolvimento dos distúrbios de personalidade desde a infância até a idade adulta.
Este trabalho se propõe a comparar a evolução dos transtornos de personalidade com o tempo: para isso foi usado um questionário estruturado sobre os traços de personalidade patológica com base no DSM-III. Foi aplicado em 255 pacientes por ocasião da internação, sendo 138 adolescentes e 117 adultos. Os pacientes podiam receber (como ocorre na prática) mais de um diagnóstico simultaneamente.

Os resultados obtidos foram esses:

Adolescentes (138)
Personalidade Paranóide 6%
Personalidade Esquizóide 1%
Personalidade Esquizotípica 6%
Personalidade Anti-Social (só aplicável acima de 18 anos)
Personalidade Borderline 49%
Personalidade Histriônica 7%
Personalidade Narcísica 4%
Personalidade Evitação 7%
Personalidade Dependente 5%
Personalidade Obsessivo-Comp 3%
Personalidade Passivo-Agressivo 20%
64% não preencheram critérios para nenhum diagnóstico
Adultos (117)
Personalidade Paranóide 4%
Personalidade Esquizóide 3%
Personalidade Esquizotípica 9%
Personalidade Anti-Social 14%
Personalidade Borderline 43%
Personalidade Histriônica 9%
Personalidade Narcísica 6%
Personalidade Evitação 13%
Personalidade Dependente 15%
Personalidade Obsessivo-Comp 3%
Personalidade Passivo-Agressivo 9%
66% não preencheram critérios para nenhum diagnóstico
Sobre essas informações são necessários mais estudos para se verificar se há fatores sociais e ambientais que precipitem ou abrandem a incidência dos transtornos de personalidade, ou mesmo se é possível evitá-los.
De uma forma geral observa-se um aumento na incidência dos distúrbios de personalidade com o tempo. Seriam eles tratáveis ou controláveis caso se tivesse feito uma intervenção a tempo?
Essas dentre outras questões motivam novas pesquisas
Última Atualização 14-10-2004
Referência Biblio.
:

Am J Psychiatry 1998 155:140-2
Frequência das Desordens de Personalidade na Internação Psiquiátrica


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